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Os poríferos. "Animais? Sim, os mais antigos!"

Atualizado: 12 de out. de 2021

A primeira vez que vi os poríferos, também conhecidos popularmente como esponjas marinhas, eu não sabia exatamente o que estava vendo. Pensei que fossem alguma espécie de fungo, algumas são até bem parecidas mesmo, mas outras tinham um aspecto de planta, uma alga talvez, só sei que não imaginaria ser um representante do reino animal. Animais? Sim, os mais antigos! Registros fósseis datam desde a era pré-cambriana, ou seja mais de 1 bilhão de anos atrás, são os mais simples também. Não posuem tecidos verdadeiros, portanto vocês não verão celulas especializadas formando orgãos, nenhum sistema muscular, nervoso, a digestão é intracelular, seu sistema esquelético, por assim dizer, são estruturas espiculares de sílica e fibras de espongina que estão "mergulhadas" numa massa gelatinosa, a mesogléia, intermediária entre a externa (pinacoderme), que contém os poros (pinacócitos) que dão nome ao filo Porifera, e camada interna (coanoderme) formada pela células chamadas de coanócitos, que possuem flagelo vibrátil que promovem a circulação da água para seu interior, e em sua base uma projeção da membrana plamática formando um funil que filtra o líquido circulante, capturando protozoários e algas unicelulares. A água segue o curso através dos canais inalantes e exalantes, até a cavidade interna chamada espongiocele (átrio), e de lá para o orifício de saída, o ósculo. Possuem células pouco especializadas pluripotentes ou ainda totipotentes (arqueócitos) responsãveis pela digestão, transporte de nutrientes, além da reprodução dos espongiários, que podem ser de forma sexuada, gerando uma larva flagelada, livre natante, a anfiblástula, ou de forma assexuada por gemulação, brotamento e fragmentação. As esponjas só são encontradas em ambientes aquáticos, aliás vale lembrar que apesar de serem chamadas de esponjas marinhas, algumas são encontradas em água doce, a minoria é verdade (5% das espécies). Outro mito é que são apenas animais filtradores. Algumas raras espécies são carnivoras e especializaram suas espículas com materiial viscoso que capturam pequenos crustáceos, embora estas retirem a maior parte da sua necessidade energética através de simbiose com bactérias e algas. Ah! São organismos sésseis, isso que dizer que são animais presos ao substrato do ambiente aquático, mas nem isso é completamente verdade, uma vez que alguma espécies podem mesmo se arrastar para procurar solo mais consolidado e ao deixar um rastro de espículas e outras células, podem regenerar e formar um clone da esponja original. Esses surpreendentes poríferos me encantam até hoje e quando vou mergulhar. passo um bom tempo registrando em fotos e na memória a sua grata existência, a sabedoria de sua longevidade, resistência e simplicidade.


Por: Saulo Azevedo Pinho



 
 
 

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